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Sua empresa está gerando lixo ou resíduos? A diferença está na gestão

O modo como a empresa lida com os materiais descartados pode representar um passivo ambiental ou uma oportunidadeestratégica. A resposta está diretamente relacionada à forma como esses materiais são gerenciados. Entender a diferença é essencial para alinhar práticas de sustentabilidade, reduzir custos operacionais e fortalecer a imagem da empresa no mercado.
O lixo corresponde àquilo que não possui utilidade ou possibilidade de recuperação, como restos de varrição e embalagens contaminadas, sendo geralmente destinado a aterros sanitários. Já os resíduos englobam materiais que, mesmo após o descarte, ainda podem ser reaproveitados por meio da reciclagem, reutilização ou tratamento, como papel, vidro, metais, plásticos e resíduos orgânicos utilizados na compostagem.
Os impactos ambientais, sociais e econômicos relacionados à gestão de resíduos são significativos e devem ser compreendidos para orientar práticas mais sustentáveis dentro das empresas. Do ponto de vista ambiental, o descarte incorreto de materiais intensifica a poluição do solo, da água e do ar, além de contribuir para o agravamento das mudanças climáticas. No aspecto social, a correta destinação dos resíduos favorece a geração de empregos em cooperativas de reciclagem, promove inclusão social, melhora a qualidade de vida das comunidades e reduz os riscos à saúde pública. Já no âmbito econômico, a ausência de aproveitamento dos resíduos representa desperdício de matéria-prima e elevação dos custos de destinação; em contrapartida, uma gestão eficiente possibilita a redução de gastos com insumos e pode até criar novas fontes de receita.
A aplicação dos 5R’s da sustentabilidade na gestão de resíduos representa uma estratégia essencial para alinhar eficiência operacional, responsabilidade socioambiental e competitividade no mercado.
Repensar: avaliar processos, produtos e modelos de negócio sob a ótica da sustentabilidade. Na prática, isso envolve revisar a cadeia produtiva em busca de fornecedores mais sustentáveis, implementar indicadores ESG (ambientais, sociais e de governança) que permitam mensurar os impactos das ações da empresa, além de estimular a inovação para reduzir desperdícios e aumentar a eficiência operacional.
Recusar: evitar práticas, insumos e parcerias que não estejam alinhados com a responsabilidade socioambiental. Isso inclui rejeitar o uso de materiais descartáveis e produtos com baixo ciclo de vida, recusar contratos com fornecedores que não respeitam normas ambientais ou trabalhistas e priorizar alternativas mais responsáveis e éticas.
Reduzir: diminuir o consumo de recursos e tornar processos mais enxutos, gerando economia e menor impacto ambiental. Entre as ações possíveis, incluem a adoção de documentos digitais para diminuir o uso de papel, a implementação de programas de eficiência energética e hídrica, além da redução de deslocamentos por meio de reuniões virtuais e ferramentas digitais.
Reutilizar: dar nova vida a materiais e equipamentos antes do descarte, prolongando sua utilização e reduzindo impactos ambientais. Pode incluir reaproveitamento de embalagens na logística, reutilizando insumos no processo produtivo, ou doando móveis, equipamentos e uniformes ainda em bom estado para outras finalidades.
Reciclar: transformar resíduos em novos produtos, fechando o ciclo produtivo e promovendo economia circular. Para isso, as empresas podem implantar a coleta seletiva em suas instalações, estabelecer parcerias com cooperativas de reciclagem e até desenvolver produtos a partir de resíduos industriais, reinserindo materiais no processo produtivo de forma sustentável.
Essa abordagem integrada gera resultados em diferentes dimensões. No aspecto financeiro, contribui para reduzir custos, otimizar recursos e minimizar desperdícios. Sob a ótica ambiental, garante o uso consciente dos recursos naturais e diminui impactos ecológicos. No campo social, promove a inclusão, engajamento e reforça a responsabilidade corporativa; além disso, posiciona a empresa como referência em inovação e sustentabilidade, criando diferenciação e valor no mercado.
Empresas que enxergam valor no que seria eliminado não apenas colaboram para a preservação do meio ambiente, como também ganham eficiência, reduzem custos e constroem uma imagem mais sustentável no mercado. Afinal,sua empresa está gerando lixo ou transformando resíduos em valor?
Por Alessandra de Souza Ferreira, bacharel em Ciências Contábeis, Técnica em Segurança do Trabalho, Recursos Humanos, Qualidade e Meio Ambiente.
Fonte: Contábeis